Sobre

O Núcleo de Estudos de Gênero Esperança Garcia, da Universidade Federal do ABC, nasce em março de 2020, fruto de um longo processo de lutas e articulações das mulheres dentro da UFABC e no dia 08 de março de 2021 é formalizado por portaria da reitoria na instituição. O Núcleo tem como objetivo fortalecer o campo dos estudos de gênero na instituição, assim como atuar no enfrentamento às desigualdades que todavia caracterizam essas relações. Para cumprir tais objetivos, a portaria do Núcleo estabelece dois grandes eixos de atuação: um deles no campo do Ensino e da Pesquisa, e outro na área da Extensão e da Intervenção Social.

O NEG/UFABC é composto por docentes (permanentes e visitantes), pessoas pesquisadoras e colaboradoras, discentes (graduação, pós-graduação, EAD e pós-doutorando), pessoas do corpo técnico administrativo efetivas ou sob contratos terceirizados, denominadas/os por integrantes.

A coordenação do núcleo é composta pelas docentes Dra Bruna Mendes Vasconcelos e Dra Cintia Lima Crescêncio.

Esperança Garcia

Mulher negra e escravizada no século XVIII, no estado do Piauí, Esperança Garcia se tornou símbolo de resistência por denunciar as situações de violência que sofreu ao Governo do Piauí, com o objetivo de ser resgatada e reunir-se novamente com sua família. A denúncia foi feita por meio de uma carta, com data de seis de setembro de 1770, relatando as condições de violência e solicitando o resgate dela e de outras pessoas da fazenda em que estava. Não há registros sobre a efetivação do resgate.

Posteriormente, a carta foi reconhecida por especialistas como uma petição, uma vez que apresenta uma estrutura formal e jurídica. Em 1979, o documento de Esperança Garcia foi encontrado no arquivo público do estado, pelo historiador Luiz Mott. No ano de 1999, o dia 6 de setembro passou a ser o Dia Estadual da Consciência Negra, por requerimento do movimento negro da região.

Atualmente, Esperança Garcia é conhecida como uma das primeiras mulheres advogadas do Piauí, e nomeia a pesquisa “Dossiê Esperança Garcia: Símbolo de Resistência na Luta pelo Direito”, publicada pela Comissão da Verdade da Escravidão Negra da Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí (OAB-PI).

Objetivos e atuações

Pesquisa e ensino, principais pontos:

• Apoiar na produção e divulgação no campo interdisciplinar dos estudos de gênero, compreendo as análises sobre a situação das mulheres, relações familiares, saúde, sexualidades, diversidade e interseccionalidades; abrangendo diferentes níveis - iniciação científica, graduação, pós-graduação;
• Promover ações como simpósios, seminários, encontros, eventos culturais, entre outras, sobre as temáticas centrais do núcleo;
• Propor diretrizes voltadas a uma educação que combata as enormes desigualdades definidas por gênero, raça, etnia e condição socioeconômica, apoiando as disciplinas que abordam o campo dos estudos de gênero.
• Pactuar parcerias com outras universidades através de grupos e núcleos de estudos de gênero e temas afins, fomentando a cooperação com instituições acadêmicas e da sociedade civil;
• Participar ativamente do debate, da implementação e da avaliação das políticas de ações afirmativas e de permanência na UFABC.

Extensão e intervenção, principais pontos:

• Fomentar e apoiar ações de extensão e cultura voltadas para as temáticas de gênero, saúde, sexualidades, diversidade e interseccionalidades;
• Construir iniciativas e parcerias com organizações e movimentos sociais com vistas à promoção de estudos e ações sobre as desigualdades de gênero;
• Divulgar as atividades desenvolvidas pelo Núcleo e seus respectivos resultados em escolas, órgãos e instituições educacionais e culturais locais, bem como em eventos científico-culturais de âmbito nacional e internacional, em periódicos e em meios de comunicação impressos e digitais;
• Fortalecer a inserção regional da UFABC, participando e apoiando iniciativas no Grande ABC relacionadas às questões de gênero;
• Apoiar e subsidiar a elaboração de políticas voltadas à questão de gênero na UFABC.

Referências

Regimento Interno do Núcleo de Estudos de Gênero Esperança Garcia da Universidade Federal do ABC. Disponível em: https://www.ufabc.edu.br/images/stories/comunicacao/Boletim/reitoria_portaria_3315_anexo.pdf

SERENA, Ilanna. (2021). Quem é Esperança Garcia, a escravizada considerada a primeira advogada do Piauí. G1 Piauí. Disponível em: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2021/10/13/quem-e-esperanca-garcia-a-escravizada-considerada-a-primeira-advogada-do-piaui.ghtml. Acesso em: 07 dez. 2023.