Vivemos o Seminário Internacional Gênero em Disputa!
 
											O encontro de três dias na Universidade Federal do ABC reuniu mais de 700 pesquisadoras, estudantes, ativistas, artistas e pessoas interessadas nas questões de gênero, sexualidades, feminismos e nos estudos sobre mulheres. Entre simpósios temáticos, mesas, entrevistas públicas e atividades culturais, nos conectamos, encontramos horizontes e sonhamos com futuros transformadores, unindo a pesquisa e as experiências concretas, os avanços e os desafios.
Os 21 eixos temáticos e espaços de discussão de pesquisas e relatos de experiências refletiram as linhas de pesquisa dos integrantes do Núcleo de Estudos de Gênero da UFABC (NEG-UFABC), um corpo coletivo diverso e multidisciplinar responsável pela realização do evento. Os mais de 400 trabalhos recebidos demostram como as professoras e estudantes da universidade estão pesquisando temas relevantes para a academia e também a importância de criar espaços para debater temas de pesquisa que se relacionam com esse vasto campo de estudos.

Abriram o seminário as autoridades locais que tem tido lugar importante no apoio às ações e pesquisas sendo realizadas pelo Núcleo de Estudos de Gênero. Nesse momento, ouvimos Sâmia Bonfim, deputada federal pelo PSOL, cujo mandato financiou a realização do Seminário; Bruna Biondo, vereadora do PSOL em São Caetano do Sul; Mônica Schröder, vice-reitora da UFABC e Michelle Sato, coordenadora do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da UFABC e coordenadora do NEG.
Na nossa conferência de abertura, ouvimos a historiadora feminista Tithi Bhattacharya denunciar o genocídio palestino e fazer uma leitura do contexto através das lentes da teoria da reprodução social, argumentando como em Gaza e no território da Palestina em geral reproduzem violentas desigualdades de gênero e de classe. Encerramos o evento com a reflexão da pesquisadora brasileira Sônia Correia, que nos apresentou um panorama de como avançam as ofensivas anti gênero no mundo, a ascensão de uma direita fascista e como isso coloca os nossos campos de estudo e as pessoas dissidentes em risco. A escolha dessas duas pensadoras reflete o nosso compromisso com fazer pontes e conexões entre contextos internacionais, a partir dos territórios onde estamos, reconhecendo os elos que conectam as mulheres e as pessoas dissidentes de gênero no mundo.

As mesas contaram com pesquisadoras e ativistas de diversos lugares do Brasil e da América Latina, trazendo suas perspectivas e integrando debates sobre trabalho, gênero e cuidado; gênero e educação; justiça sexual e reprodutiva e feminismos negros, latinos e caribenhos; políticas trans e travestis. Buscamos colocar em diálogo a diversidade de sujeitos políticos que compõe a universidade que queremos construir. Para isso, tivemos entre nossas convidadas pessoas de dentro e de fora da academia, pessoas negras, indígenas e de uma grande pluralidade de identidades de gênero e de sexualidade. Assim como nos eixos, os temas tiveram como objetivo alimentar as pesquisas da comunidade acadêmica, fazendo conexões com o que se discute em diferentes territórios, por outras universidades e pela militância feminista.

Ao longo dos três dias de evento, o Seminário contou com uma programação cultural encorpada e diversa em linguagens. Recebendo os participantes no credenciamento havia a Ocupação “Uma História para as LGBT+ do ABC”, com instalações inspiradas no Acervo História e Memória LGBT+ do ABC do NEG. No primeiro e segundo dia ocorreu a Feira do Livro que contou, dentre outros, com a participação da escritora lésbica Janaína Leslão de Diadema e seus livros infantis que abordam de maneira fantástica e delicada temáticas sobre afetos, diversidade de gênero e sexualidade e maternidade.
No último dia, as pessoas participantes puderam contemplar a Mostra de Teatro Lambe-Lambe “Intimidade - um olhar para dentro” com a Coletiva Feminista Ponto de Fiandeiras de Santo André. Ao final, realizamos a Roda de Conversa LesBi, que convidou mulheres lésbicas e bissexuais, cujas histórias estão no Acervo, para uma troca junto ao público do evento. O encerramento do Seminário foi uma bela confraternização no bar Red Light de Santo André.

Todas as atividades foram pensadas no sentido de trazer para a universidade outras linguagens e formas de expressão que tocam, sensibilizam e potencializam os assuntos que são caros aos debates propostos no Seminário. Também buscamos evidenciar as ações e produções de artistas e militantes da região do ABC Paulista, destacando seus trabalhos no território em defesa e fortalecimento das mulheres e pessoas dissidentes de gênero. Além disso, para realizar esses ricos debates e espaços de interação, lidamos com o desafio de todos os eventos acadêmicos: a garantia da acessibilidade para a participação plena de todas as pessoas. Com esforços coletivos dos docentes e discentes, garantimos interpretação para libras, espaços e atividades para crianças, sala de regulação sensorial e uma equipe permanentemente atenta. 
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