Pesquisa em História e Memória LGBT no ABC discute a metodologia da História Oral

Na última quinta-feira, 26 de outubro, o Núcleo de Estudos de Gênero (NEG) se reuniu para estudar as estruturas da História Oral. A discussão foi conduzida pelo pelos integrantes do projeto de pesquisa em História e Memória LGBT no ABC que tem essa metodologia como uma das bases para construção de um acervo das trajetórias de pessoas LGBTQIAPN+ na região de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.

Marcela Boni, historiadora doutora em História Social e coordenadora adjunta do projeto, explica que além dos documentos escritos e imagéticos, as experiências narradas constituem um material “muito rico e importante, mas que muitas vezes não está registrado em nenhum outro lugar, assim, a história oral é um recurso formidável para acessar essas experiências e narrativas”.

Há os desafios, entretanto: “É fundamental garantir o respeito e o anonimato, quando necessário, das pessoas que colaboram com a pesquisa. Além disso, é muito importante ter um trabalho de equipe voltado para a escuta atenta e respeitosa diante dos diferentes grupos com os quais estamos em diálogo, considerando suas especificidades”, elucida a professora. 

A história oral é uma metodologia de pesquisa surgida em meados do século XX, após a invenção do gravador a fita. Consiste na realização de entrevistas gravadas com indivíduos que participaram ou testemunharam acontecimentos para assim reconhecer uma identidade comum pela repetição de certos fatores que, por fim, caracteriza uma memória coletiva.

O texto escolhido para estudo foi um trecho do livro “História oral: como fazer, como pensar” de Jose Carlos Sebe Bom Meihy e Fabíola Holanda Barbosa. Pol Iryo, discente responsável pelo fichamento e bolsista no projeto, se diz otimista para aplicar o método na pesquisa: “Tenho expectativa de ser uma experiência bastante profícua. É um dos métodos mais eficazes qualitativamente, teremos um resultado final bacana”.

Meihy, Jose Carlos Sebe Bom e Barbosa, Fabíola Holanda. História oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Contexto, 2007.